Reciclagem energética: você sabe o que é?
A reciclagem energética é a tecnologia de transformação de resíduos em energia térmica e/ou elétrica. Aqueles resíduos que já não podem ser reutilizados e reciclados física, biológica, ou quimicamente, são indispensáveis nesse tipo de reciclagem, já que promovem a combustão.
Esses resíduos são substitutos ao óleo diesel e ao óleo combustível, possibilitando a diminuição na exploração de combustíveis fósseis, que não são renováveis.
Dentre os resíduos utilizados na reciclagem energética, estão os restos de alimentos, materiais higiênicos, descartáveis, plásticos, etc.
Apesar de aceitar diversos tipos de resíduos, o material descartado mais viável para a reciclagem energética é o plástico. Por ser derivado do petróleo, ele possui um alto poder calorífico, viabilizando sua utilização na produção energética. A energia média contida em um quilo de plástico, por exemplo, tem o poder energético de um quilo de óleo diesel.
Entenda como é feita a reciclagem energética
A energia térmica acontece a partir da utilização do vapor resultante da queima dos resíduos. Esse vapor movimenta as pás ligadas a um eixo (turbina) e esse movimento (energia cinética) gera a energia elétrica.
No caso dos plásticos, a produção é de cerca de 650 quilowatt-hora (kWh) de energia por tonelada de resíduo. Isso acontece porque o movimento giratório produzido pelo eixo da bobina altera o fluxo do campo magnético dentro do gerador e, com a alternância no fluxo do campo magnético, se produz a energia elétrica.
A decomposição térmica dos resíduos plásticos ocorre num forno a temperatura de 950°C e a oxidação dos gases da combustão ocorre por cerca de dois segundos a mais de 1000°C.
Sustentabilidade
As cinzas desse processo de produção de energia, são usadas na construção civil, também. E no processo em si, não há geração de efluentes líquidos, pois as águas de lavagem são neutralizadas e novamente utilizadas.
Os gases poluentes exauridos da caldeira são tratados no sistema de lavagem e purificação de gases. Assim, resta apenas vapor e monóxido de carbono em quantidades insignificantes. A sucata plástica não reciclada química ou mecanicamente tem utilidade em fornos de siderúrgicas no lugar do carvão pulverizado e do óleo, resultando em uma reciclagem energética.
Ou seja, sustentabilidade em todas as etapas do processo.
Vantagens
Na reciclagem energética, diferente de outros processos de reciclagem, não é necessário tratamento prévio dos materiais. Isso caracteriza esse tipo de reciclagem também como um método de higienização, já que elimina agentes biológicos nocivos à saúde, por exemplo.
Dentro das vantagens, é possível, reduzir o projeto e o baixo ruído da operação, que podem ser instalados em áreas urbanas, reduzindo os gastos logísticos que seriam destinados ao transporte de resíduos sólidos para outras regiões.
Além disso, as UREs, que geram resíduos nocivos em sua produção, não são emitidos para o meio ambiente, como explicado anteriormente.
Reciclagem Energética no Brasil
Infelizmente, o Brasil ainda não conta com nenhuma usina de reciclagem energética.
Hoje, produzimos no Brasil, cerca de 170 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. O resultado é o acúmulo de mais de 61 milhões de toneladas anuais, dos quais cerca de 83% são coletados, mas em apenas 40% dos municípios.
A cidade de São Paulo, por exemplo, já começa a “exportar” o lixo para o município de Caieiras por falta de espaços para aterros. Imagine o custo dessa logística e o impacto ambiental com emissões, por exemplo. Os grandes centros urbanos brasileiros têm praticamente todos os seus aterros saturados.
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Capa: Pexels